quarta-feira, 18 de julho de 2012

Eta frio Brabo




Faz frio na minha cidade... Deve ser por causa da frente fria vinda do Uruguai que invadiu todo o o nosso pago. O céu está azul e os raios do sol trazem um pouco de calor. Este dia esta bom para estar em casa comendo um bolinho de goiaba com um chazinho de maçã com canela e sentada em frente a uma linda e calorosa lareira lendo os poemas de Jaime Caetano Braum e de Apparício Silva Rillo.



Este poema MADRUGADA de Apparício Silva Rillo é um dos que mais gosto.


No poncho morno das cinzas 
dorme o fogo de galpão.
 
Ao escasso calor de seus carvões
 
a cuscada se entrevera com os peões
 
partilhando uma sobra de pelego.
 

- Vai pro diabo excomungado!
 

Enquanto o guaipeca,
 
atarantado,
 
se amoita pra outro lado
 
fazendo volta e meia,
 
um peão vai bombear se já clareia
 
a barra vermelha
 
da saia do céu.
 

- Tá na hora, pessoal!
 

Lava a cara na gamela de água fria,
 
seca as mãos ao comprido da melena.
 
Põe erva no porongo, aviva o fogo,
 
cutuca forte um índio dorminhoco:
 

Levanta, cara de louco!
 

E enquanto chia a cambona
 
coberta de picumã,
 
emponchada no brilho da alvorada,
 
boleia a perna dona Madrugada
 
para abrir a cancela da manhã...


Depois de apreciar este lindo poema, segue linda imagens de lareiras para nos aquecer neste inverno rigoroso.









Terminamos com um lindo poema de Iberê Camargo.
Tenham um dia fraternal.
Manhã de sol e vento
Meu baio Florão de Tropa
Sabe o rumo do cambicho
E leva o trecho a capricho
Na sua marcha andarilha.

No bico trago a vaneira
E o gostinho da pinguancha.
Dê-lhe o flete abrindo cancha
Na manhã de sol e vento.

O azul do firmamento
Se reflete no lagoão
É um céu plantado no chão
Espelhando mil momentos.

Dê-le que dê-le na estrada
Que hoje eu pealei a pinguancha.
Vai, meu baio. Abre cancha
Na manhã de sol e vento.

Autor: Iberê Machado

Até a próxima.


Nenhum comentário:

Postar um comentário